RES4Africa: 10 anos promovendo a transição energética sustentável na África

A fundação RES4Africa (Renewable Energy Solutions for Africa), no décimo aniversário de sua criação, virou protagonista do processo de transformação energética no continente africano, promovendo o acesso de todos aos recursos energéticos, sempre respeitando as metas globais de descarbonização. “A solução para combinar sustentabilidade, desenvolvimento tecnológico e acesso à energia é representada, sem dúvidas, pelas fontes green”, explica Salvatore Bernabei, diretor da Enel Green Power e presidente da RES4Africa. O continente africano tem, de fato, a oportunidade de passar diretamente à energia limpa, evitando percursos de desenvolvimento energético que envolvem o uso de combustíveis fósseis altamente poluentes. Porém, para que isso seja possível, é indispensável um processo de crescimento e inovação que, partindo do know-how europeu, proponha soluções centradas nas necessidades urgentes das populações locais. Dez anos de resultados para eletrificação verde No processo de descarbonização mundial, a atenção está voltada para a África, até porque, no continente, a população está em rápido crescimento. De fato, espera-se que até 2040 a demanda de energia no continente aumente em 60%, muito mais do que em qualquer outra parte do mundo. Isso determina a necessidade de superar uma série de barreiras sociais e de infraestrutura que, ainda hoje, impedem que centenas de milhões de africanos tenham acesso a eletricidade e água potável. Nos primeiros dez anos de atividades, os resultados obtidos são promissores tanto do ponto de vista social quanto técnico. A RES4Africa deixou de ser uma iniciativa italiana e se transformou em uma fundação internacional que envolve um grande número de acionistas do setor energético mundial. Já foram organizadas mais de 100 conferências sobre o tema, e são mais de 70 os relatórios realizados até agora para analisar os possíveis benefícios econômicos. O objetivo dessa atividade é aumentar a atratividade do mercado energético aos olhos dos possíveis investidores europeus e internacionais, garantindo a disponibilidade de fundos necessária para promover o caminho de desenvolvimento já existente. Em uma década, foram ativadas mais de 100 parcerias, tanto com o setor público quando com o setor privado. Os objetivos futuros: não apenas tecnologias e inovação O mundo inteiro está se movendo na direção da descarbonização, que visa zerar as emissões líquidas de gases do efeito estufa até 2050: todas as atividades e iniciativas locais e internacionais devem levar muito em conta esse objetivo, para canalizar os esforços na direção certa. Na África, tudo é mais complexo: para levar resultados concretos, é preciso considerar sempre a prospectiva futura, avaliando as consequências de várias ações no longo prazo. Atentos, acima de tudo, ao impacto ambiental, porque proteger o lugar onde se vive garante saúde e bem-estar. Em um continente onde direitos fundamentais nem sempre são garantidos, o desenvolvimento sustentável deve incluir necessariamente o progresso socioeconômico, entendido como a capacidade de gerar renda e sustento para as populações locais. “O denominador comum de todos esses elementos é representado pela energia, como chave para alcançar a harmonia também em nível internacional”, completa Bernabei. Segundo a agência internacional pela energia renovável (IRENA), para conseguir manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C, precisaríamos – entre outras coisas – de um crescimento significativo do mercado de trabalho no setor das energias renováveis, passando dos 300 mil empregos de hoje aos 8 milhões até 2050. É acima de tudo uma questão de colaboração, e é esse o papel que a RES4Africa deverá desempenhar num futuro próximo: promover a cooperação entre os vários parceiros internacionais, apoiando a criação de um ambiente favorável ao desenvolvimento dos investimentos. Outro limite sobre o qual será necessário intervir refere-se às infraestruturas energéticas, onde precisamos melhorar a qualidade, reduzindo o desperdício e construindo uma rede de distribuição capaz de responder à crescente necessidade de energia da população. Resumindo, transferir as tecnologias e o conhecimento europeus ao continente africano. Por fim, deve ser priorizada a conscientização sobre o tema da energia e da sustentabilidade, em particular no setor privado, explicando como a transformação do continente africano representa uma oportunidade válida de investimento e crescimento até mesmo para as empresas. “É claro que o nosso trabalho recomeça a partir deste décimo aniversário”, sintetiza Roberto Vigotti, Secretário Geral da RES4Africa. “Dados os tempos incertos e os desafios multidimensionais para as nações, é importante que a transição – ou melhor, a transformação energética – da África continue sendo prioridade. As fontes de energia renováveis e soluções tecnológicas inovadoras continuam sendo parte fundamental da solução para esses desafios, e a intenção da RES4frica é continuar a se concentrar na conscientização, na elaboração de análises, nos instrumentos de redução de riscos para a aceleração dos investimentos por parte do setor privado e na organização da formação e capacitação, tanto institucional quanto tecnológica.” Tanto a capacidade operacional quanto a transformação cultural são elementos essenciais para promover a transição energética e o crescimento econômico no continente africano. Para dar início ao processo, é fundamental garantir infraestruturas e investimentos para o desenvolvimento de tecnologias energéticas green. Depois de um primeiro balanço, dez anos depois da criação, é hora de acelerar o passo para dar maior impulso a uma mudança que está apenas começando. O objetivo é claro: fazer da África uma grande potência econômica do futuro, e não apenas garantir a autossuficiência energética. O processo de eletrificação, apoiado pela Enel Green Power, também é um ponto de referência ético, com um modelo de negócios voltado ao desenvolvimento global e ao melhoramento das condições de vida de muitas pessoas.

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