Historia do 3Sun Gigafactory: O ano da virada e a fábrica 2.0

Episodio 4 A virada em 2018 foi na fábrica 2.0 da 3Sun Gigafactory, localizada na cidade italiana de Catânia. A arquitetura da tecnologia informática que gerenciava a produção era nova, graças à excelente cobertura de rede wireless local. Tais redes sem fio, permitem que operadores e técnicos de manutenção trabalhem com tablets e personal digital assistants (também conhecidos como PDAs), aumentando significativamente a eficiência operacional. Mas acima de tudo, nossos produtos eram novos: painéis fotovoltaicos bifaciais, mais eficientes e de vanguarda. Nossa atenção à sustentabilidade e à inovação não era nova, mas se acentuou ainda mais. ,Eu trabalho na 3Sun Gigafactory desde 2011, no setor de engenharia e, portanto, faço parte do chamado "core team" inicial. Posso afirmar que acompanhei passo-a- passo a evolução da fábrica e confirmar o compromisso constante de todos em estar sempre na vanguarda. O lema que nos guia é: “Go Beyond”, vá além. Em 2018, o mercado não estava pronto ainda para uma revolução dos painéis solares: dominavam os módulos convencionais, enquanto os bifaciais eram apresentados como produto de nicho. Os pioneiros fomos nós da 3Sun Gigafactory: queríamos apostar no grande potencial dos painéis de alta eficiência, e a gestão do Grupo Enel, com visão de vanguarda, apoiou nosso plano. Uma escolha vencedora foi o fato de outros produtores nos seguirem neste caminho. Foi uma grande satisfação para nós da 3Sun Gigafactory, demonstração do fato que a Enel promove ativamente as mudanças e direciona os mercados. Uma data decisiva foi a de 2 de agosto de 2018, quando produzimos o primeiro painel bifacial certificado pela TÜV Rheinland em Colônia (uma das principais empresas de certificação a nível internacional) e, portanto, diretamente comercializável. Sem entrar em detalhes técnicos, posso afirmar que, por varios motivos, os módulos bifaciais são muito mais sustentáveis do que os convencionais. Em primeiro lugar, graças à sua bifacialidade esses módulos são mais eficientes, ou seja, capturaram luz solar também por meio da superfície traseira: o rendimento sobe para 18%, quase o dobro em comparação com 10% dos módulos convencionais de filme fino. Portanto, para uma mesma área ocupada, mais energia é produzida. Ou seja, os custos para a mesma energia limpa produzida diminuem. Além disso, os painéis bifaciais são mais robustos e possuem maior vida útil, podendo ultrapassar 30 anos. Tal fato reduz significativamente o consumo de matéria-prima. Por fim, o percentual de material recuperável e reciclável é maior. Contudo, os módulos bifaciais não eram nosso único objetivo. Nossa visão já estava orientada para o próximo passo: o dos módulos bifaciais de hetero-junção (HJT), que têm as mesmas vantagens com melhor eficiência. Apesar do avanço não banal, foi uma conquista relativamente rápida: pouco mais de seis meses depois do primeiro painel bifacial, em 26 de fevereiro de 2019, foi a vez do primeiro HJT. Ao contrário de 2011, quando contamos com a experiência da japonesa Sharp, desta vez administramos sozinhos a construção da linha de produção. É claro que também neste caso tivemos que lidar com parceiros estrangeiros: empresas italianas e alemãs, centros de pesquisa franceses e suíços. Parece quase uma daquelas piadas prontas do tipo "havia um alemão, um francês e um italiano...". Só que a aventura 3Sun Gigafactory é coisa séria. E, diferentemente dos brincalhões que nunca conseguem concordar, nós demonstramos o sucesso de uma tecnologia desenvolvida na cidade de Catânia com o apoio da habilidade francesa, feita com máquinas italianas e alemãs e certificada na Alemanha. Para um projeto financiado pela União Europeia, pelo governo italiano e pela região da Sicília, eu diria que não poderia haver melhor exemplo de colaboração europeia.

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Historia do 3Sun Gigafactory: O ano da virada e a fábrica 2.0

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Marcello Sciuto

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